quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Verde e Vermelho.


Uma questão que sempre me intrigou foi o porquê das cores da bandeira nacional. Na escola ouvimos estórias fáceis sobre o verde da esperança e o vermelho do sangue derramado em batalha. Ou antes, do verde, cor do mar que nos permitiu a expansão e do vermelho, cor do Sol pondo-se atrás desse mar. Versões estas que, sabe-se lá porquê, nunca me encheram as medidas.

A verdade é que tudo aponta para que estas fossem as cores que representavam o federalismo ibérico, muito em voga, a partir de 1891, entre os republicanos e a maçonaria. Note-se que em voga estavam quer as cores, quer o bom do federalismo...


Ora, eu que possuo uma veia patriota, ainda que não me considere grande nacionalista, não aprecio muito o facto de saber que as cores da pátria exprimem o desejo de que hablemos todos castelhano e de que façamos todos fila para ir às rebajas do "El Corte Inglés".

Não se julgue que não desfraldei a bandeira (porque os gestos também podem ter o seu quê de kitsch) por ocasião do europeu de futebol. Deu gozo ser convictamente tuga (sic) perante os inúmeros turistas de ocasião que nos visitaram. Ainda assim, o meu "bichinho álacre e sedento" não parou de me impelir a saber algo mais sobre esse vermelho e verde que a todos, volta e meia, entra pelos olhos, pedindo em troca, por vezes, lágrimas de comoção patriota.

Mais, tomando consciência dos factos anteriormente referidos, os tais do Iberismo, fiquei curioso quanto à existência de outras propostas para uma bandeira republicana. Ressalva seja feita; sou republicano por preguiça, pois não encontrando particular utilidade para a monarquia em Portugal e não sendo adepto de convulsões sociais, prefiro manter o regime instituído há 96 anos a esta parte.

Parti então numa demanda que não me deu grande trabalho, verdade seja dita. Encontrei um site, do qual constavam uma série de propostas de bandeiras para a República Portuguesa. De entre todas, houve uma que me chamou à atenção e que aqui apresento.


A minha preferência recaiu na proposta apresentada por Álvaro da Silva Foito, pois é uma bandeira que, para além de manter as cores da bandeira da monarquia constitucional, se limita a retirar-lhe a corôa, mantendo o escudo e adicionando alguns adornos de índole republicana. Diga-se de passagem que, sentimentalismos à parte, chega mesmo a ser bastante mais interessante do ponto de vista estético.


fonte: Flags of the World.

2 comentários:

Luís Brandão Pereira disse...

De referir que num estudo recente os Portugueses ficaram melhor classificados como Patriotas que os próprios Americanos...uma surpresa para mim.

Nuno Castelo-Branco disse...

Bonitinha, mas seria melhor se tivesse continuado tal e qual como existia em 1910. Com coroa, para que não hajam dúvidas.