domingo, 29 de julho de 2007

Alea.


Um, dois, três.
Olhar, palavra, toque.
Um nada, dois sorrisos, três tempos. Compassados.
Sempre compassados.
Sempre alinhados.
Desalinhadamente alinhados.
Acima de tudo alinhados.

Começa simples. De mansinho. Sem mais, nem porquê. De súbito, como um azar, como uma inusitada e doce sorte, tudo se desencadeia.

Explosões, celebrações de algo que é novo e tão velho.

Ainda assim... Ainda assim, nada! Não há "ainda assim". Há ser. Há estar. Há como hoje e como sempre foi. Sincero, amigo, companheiro, o melhor de dois... O melhor de um, o melhor de todos.

É amor. Foi uma alea...

Foi?



A ti.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Desafio.


A querida Pipa do blog "make sure it's fun,exciting...make sure you feel!" lançou um desafio a'O Dandy num post de dia 30 de Abril.
Como por aqui se gosta de bons desafios e porque a estimada Pipa me merece uma resposta, cá vai a enumeração:

7 coisas que faço bem (ou que tento fazer bem)
- ser pouco modesto
- apreciar a vida
- observar
- despoletar sorrisos
- despoletar fúrias
- ser cordial
- apaixonar-me

7 coisas que não faço (ou não sei fazer):
- amigos (eles é que me fazem amigo deles...)
- pratos que não aprecie
- o que quer que seja, quando contrariado
- ver utilidade humana em ideologias de esquerda
- nada fazer
- chamar chá a meras infusões
- resistir a um desafio

7 coisas que me atraem no sexo oposto:
- o facto de ser o oposto
- a velocidade de raciocínio
- a elegância
- a maternidade
- a independência
- as pequenas belezas e os pequenos defeitos
- a complementaridade

7 coisas que digo frequentemente:
- "Mas que raio...?"
- palavrões avulsos
- "Vai!"
- "Chata!"
- "Não..." (prolongado)
- "Por amor de Deus..."
- "Joga!"

7 actores/actrizes:
- John Cleese
- Jim Carrey (desde o Eternal Sunshine of the Spotless Mind)
- Liam Neeson
- Ewan McGregor
- Ralph Fiennes
- Al Pacino
- Brad Pitt
(7 são poucos...)

Desafiar outros 7:
- Beleza
- Aquela Opinião
- jazza-me muito...
- Some Like It Hot
- O Adamastor (reparo que já acabou... mas "agora é património")
- Peccatum Originale
- Pensamentos Quotidianos

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Victory...! Here, there, everywhere!



You ask, what is our aim? I can answer in one word: Victory. Victory at all costs — victory in spite of all terror — victory, however long and hard the road may be, for without victory there is no survival. -Winston Churchill

Foi um bom fim-de-semana. (e é tudo quanto à minha ausência prolongada... obrigado pela compreensão.)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Actores.



Os actores fascinam-me. São por norma tipos estranhos que dão corpo e alma à imagem difusa que constitui uma personagem.

Há bons actores e maus actores. Há ainda aqueles que um dia lhes disseram que eram actores.
Os segundos são pessoas que vivem do engano: enganam-se, enganam o público trabalhando em algo que nada tem a ver com ser actor, enganam os que os empregam convencendo-os que ao pouparem uns tostões em salários saem a ganhar no final das contas.
Já os primeiros são pessoas que vivem do... engano: enganam de forma tão verosímel, ou antes, tão cirúrgica, que todos saímos convencidos de que adoramos ser enganados. E, de facto, adoramos.

Os actores, os actores de facto, dividem-se em duas classes: os talentosos e os carismáticos. É possível ser-se bom actor e viver-se do carisma. Não é necessário trabalhar muito quando se é talentoso. Especialmente se o talento consistir em ser-se um bom observador, em ter bom senso e ainda um bom auto-domínio.

Os actores carismáticos enchem-nos os olhos com o seu porte, o seu estar, o seu olhar. Não precisam de trabalhar muito as personagens. Veja-se o Roger Moore. Veja-se o Jack Nicholson. Dois actores muito competentes. Ainda assim as suas personagens fizeram inúmeros filmes, simplesmente porque o actor as transportou de filme para filme. Não muda. É sempre a mesma. Do The Saint, aos 007; do One Flew Over the Cuckoo's Nest, ao The Departed.

Os actores talentosos são tipos brilhantes. São conchas vazias, prontas a ser ocupadas por um qualquer molusco cheio de manhas e subtilezas. Veja-se Liam Neeson. Veja-se Ewan McGregor.
Um sorriso deles basta para nos provocar uma emoção...? Talvez não. Mas cada gesto, cada passo, cada movimento, cada palavra tem um significado e comporta uma relação com a acção que os precede e com aquela que se lhes seguirá. As personagens dominam e são dominadas. É uma lide sublime.

Por fim, creio que há outro tipo de actores... Sem pensar muito nas coisas, sem me preocupar com construções teóricas, há actores que gosto muito de ver representar e não quero saber porquê. Como uma fé. Acredito porque sim. Há alguns. Há o John Cleese.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Por una cabeza.


No Dandyphone: Carlos Gardel - Por Una Cabeza

Basta de carreras, se acabo la timba,
Un final reñido yo no vuelvo a ver,
Pero si algun pingo llega a ser fija el domingo,
Yo me juego entero, que le voy a hacer?

domingo, 15 de abril de 2007

The Departed.



Finalmente o filme do Oscar! Depois de vezes sem conta a adiar esta película, pude vê-la em paz, apenas interrompendo o visionamento para uma curta discussão sobre fé, via telemóvel. Nada de preocupante.
4 Academy Awards: Realização, Montagem, Melhor Filme e Melhor Argumento Adaptado. Debruço-me sobre os dois que neste momento mais me interessa debruçar, que são aquele que premiou o trabalho mais evidente do realizador "Marty" Scorsese e o outro que elege o melhor esforço do ano, no que concerne aos filmes vistos nas suas totalidades conjuntas.
Martin é um óptimo realizador. Ele deu-nos Taxi Driver, Raging Bull, Goodfellas, Casino, entre tantos outros. É incansável. Sabe fazer bom cinema. Merece o Oscar, sem qualquer dúvida remanescente. E não me venham com a desculpa do "prémio carreira". The Departed mereceu este Oscar por si só, sem a ajuda do curriculum vitae de Mr. Scorsese.
Quanto ao "Best Motion Picture of the Year"... O filme é óptimo. É máfia diferente. É crime irreverente. É representação competente. É banda sonora absorvente. É montagem cativante. É um pedaço de tudo... Desconcertante! Merece bem!
Por fim, os actores também me merecem uma palavra. Nunca fui dos maiores apreciadores de Jack Nicholson. Vive demasiado de um pseudo-carisma e muito pouco do seu talento. Diferentes são Matt Damon, Mark Wahlberg, Leonardo DiCaprio. Estiveram todos brilhantes? Sim... Melhor: estiveram adequados, pois quanto mais brilha um actor, menos brilha o filme e os seus colegas.


Realização: 8/10

Representação: 8/10

Argumento: 8/10

Outros: 8/10

Total: 8 pontos.

Passiflora edulis.



Não publico a fotografia das flores da Passiflora edulis por nenhuma razão em especial. Apenas as acho esteticamente interessantes, nas suas formas e cores. Para ampliar este retrato das flores do maracujá, é favor clicar na imagem. Obrigado.

Mulheres.


Nunca soube o que é uma mulher de 50 anos... É difícil saber.
Uma mulher de 70 é uma mulher enlutada.
Uma mulher de 60 é uma avó.
O que é uma mulher de 50?
Uma mulher de 40 é uma divorciada.
Uma mulher de 30 é mãe.
Uma mulher de 20 é um pecado.
A de 50 não sei o que é. Acho que nunca conheci uma mulher que tivesse 50. Nem 50, nem 59, nem nada que estivesse a meio caminho. Não sei o que é a mulher de 50.

Ontem, às 4 da manhã em Lisboa, vi algo que me fez duvidar. Duvidei da relação que tenho com esta cidade.
Lisboa sempre me encheu os olhos. Sempre a vi como a menina ladina com o mais belo brilho nos olhos do Mundo. A mais bela.

Uma senhora, às 4 da manhã, passeava-se apressadamente e bem agasalhada. Bem vestida, mesmo. "Prostituta." - pensei à primeira vista. Tinha 50 e muitos de cara. Andava apressada metros para a frente e metros para trás, até que noto num saco de plástico entre suas mãos.
Pára. O saco vira-se. Muitas esferas amarelas caem direitas à calçada. Milho!
Duvidei de Lisboa. Não sabia se aquela cena era triste ou não, se era cinematográfica ou não, se era de Lisboa ou importação.

Fiquei sem saber o que é uma mulher de 50. Fiquei sem nada saber. Vi e parece que sonhei.
Pouco feliz. Pouco. Muito pouco.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Klimt, 1907.



Retrato de Adele Bloch-Bauer
Gustav Klimt, 1907
Óleo, folha de ouro e de prata sobre tela, 138 × 138 cm
em Nova Iorque, Neue Galerie New York

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Engineers.


Engenheiros há que, tal como se afirma na ilustração do post anterior, limpam o caminho, facilitando-o. Outros há que se dedicam a enterrar as gerações futuras. Engenheiros, ou não...

E queria o meu pai que eu fosse engenheiro civil...!