segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

The winner takes it: Al.



Para pena minha hoje de manhã, quedei-me a ver os Óscares madrugada fora. Continuam a ser acontecimento suficiente para me manter acordado e para que me digne a escrever sobre tal tema, mesmo havendo-me sentido frustrado ao longo da cerimónia; 2006 não foi ano de ir ao cinema. O pouco tempo que dediquei à mais completa arte fez com que não pudesse ir avaliar por mim uns 80% dos filmes, representações e afins nomeados.

Na generalidade das opiniões, o grande vencedor da noite foi The Departed, de Martin Scorcese, com 5 nomeações e 4 óscares. Para outros terá sido Helen Mirren, que aos 61 anos conseguiu arrecadar o primeiro óscar de melhor actriz principal, pelo seu brilhante desempenho enquanto Rainha Elizabeth II (havia já sido nomeada anteriormente para dois óscares de melhor actriz secundária, não recebendo nenhum).

No que me concerne, o vencedor da noite foi Al Gore, que partindo de discursos cativantes, variando entre a comédia subtil e o activismo de pacotilha, e ainda de dois óscares (melhor canção original e melhor documentário) atribuídos ao documentário que retrata a sua campanha anti-aquecimento global, conseguiu levar a água ao seu moinho, obtendo tempo de antena privilegiadíssimo e alguma comoção entre os mais susceptíveis presentes no Kodak Theatre. A agravar tudo isto, temos ainda o facto deste senhor, que até já veio a Lisboa dar uma conferência sobre o referido louvável documentário, ter pertencido à Administração americana que se recusou a assinar o Protocolo de Quioto, havendo participado nas rondas de negociação.

Os grandes derrotados foram Babel, de Alejandro González Iñárritu, que nomeado para 7 óscares ganhou apenas 1 pela melhor trilha sonora e Eddie Murphy, que após ter ganho o globo de ouro e o prémio do Screen Actors Guild, ambos para melhor actor secundário, falhou o óscar.

Na minha opinião, o grande derrotado, para muita pena minha, foi Peter O'Toole. Este irlandês de 74 anos é um dos meus actores de eleição e conseguiu não levar o óscar para casa pela 8ª vez. Nunca o levou! À excepção daquela vez em que levou um óscar honorário por todo o talento empenhado na interpretação de personagens, contribuindo assim para o enriquecimento da história do cinema.

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