domingo, 29 de julho de 2007

Alea.


Um, dois, três.
Olhar, palavra, toque.
Um nada, dois sorrisos, três tempos. Compassados.
Sempre compassados.
Sempre alinhados.
Desalinhadamente alinhados.
Acima de tudo alinhados.

Começa simples. De mansinho. Sem mais, nem porquê. De súbito, como um azar, como uma inusitada e doce sorte, tudo se desencadeia.

Explosões, celebrações de algo que é novo e tão velho.

Ainda assim... Ainda assim, nada! Não há "ainda assim". Há ser. Há estar. Há como hoje e como sempre foi. Sincero, amigo, companheiro, o melhor de dois... O melhor de um, o melhor de todos.

É amor. Foi uma alea...

Foi?



A ti.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Desafio.


A querida Pipa do blog "make sure it's fun,exciting...make sure you feel!" lançou um desafio a'O Dandy num post de dia 30 de Abril.
Como por aqui se gosta de bons desafios e porque a estimada Pipa me merece uma resposta, cá vai a enumeração:

7 coisas que faço bem (ou que tento fazer bem)
- ser pouco modesto
- apreciar a vida
- observar
- despoletar sorrisos
- despoletar fúrias
- ser cordial
- apaixonar-me

7 coisas que não faço (ou não sei fazer):
- amigos (eles é que me fazem amigo deles...)
- pratos que não aprecie
- o que quer que seja, quando contrariado
- ver utilidade humana em ideologias de esquerda
- nada fazer
- chamar chá a meras infusões
- resistir a um desafio

7 coisas que me atraem no sexo oposto:
- o facto de ser o oposto
- a velocidade de raciocínio
- a elegância
- a maternidade
- a independência
- as pequenas belezas e os pequenos defeitos
- a complementaridade

7 coisas que digo frequentemente:
- "Mas que raio...?"
- palavrões avulsos
- "Vai!"
- "Chata!"
- "Não..." (prolongado)
- "Por amor de Deus..."
- "Joga!"

7 actores/actrizes:
- John Cleese
- Jim Carrey (desde o Eternal Sunshine of the Spotless Mind)
- Liam Neeson
- Ewan McGregor
- Ralph Fiennes
- Al Pacino
- Brad Pitt
(7 são poucos...)

Desafiar outros 7:
- Beleza
- Aquela Opinião
- jazza-me muito...
- Some Like It Hot
- O Adamastor (reparo que já acabou... mas "agora é património")
- Peccatum Originale
- Pensamentos Quotidianos

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Victory...! Here, there, everywhere!



You ask, what is our aim? I can answer in one word: Victory. Victory at all costs — victory in spite of all terror — victory, however long and hard the road may be, for without victory there is no survival. -Winston Churchill

Foi um bom fim-de-semana. (e é tudo quanto à minha ausência prolongada... obrigado pela compreensão.)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Actores.



Os actores fascinam-me. São por norma tipos estranhos que dão corpo e alma à imagem difusa que constitui uma personagem.

Há bons actores e maus actores. Há ainda aqueles que um dia lhes disseram que eram actores.
Os segundos são pessoas que vivem do engano: enganam-se, enganam o público trabalhando em algo que nada tem a ver com ser actor, enganam os que os empregam convencendo-os que ao pouparem uns tostões em salários saem a ganhar no final das contas.
Já os primeiros são pessoas que vivem do... engano: enganam de forma tão verosímel, ou antes, tão cirúrgica, que todos saímos convencidos de que adoramos ser enganados. E, de facto, adoramos.

Os actores, os actores de facto, dividem-se em duas classes: os talentosos e os carismáticos. É possível ser-se bom actor e viver-se do carisma. Não é necessário trabalhar muito quando se é talentoso. Especialmente se o talento consistir em ser-se um bom observador, em ter bom senso e ainda um bom auto-domínio.

Os actores carismáticos enchem-nos os olhos com o seu porte, o seu estar, o seu olhar. Não precisam de trabalhar muito as personagens. Veja-se o Roger Moore. Veja-se o Jack Nicholson. Dois actores muito competentes. Ainda assim as suas personagens fizeram inúmeros filmes, simplesmente porque o actor as transportou de filme para filme. Não muda. É sempre a mesma. Do The Saint, aos 007; do One Flew Over the Cuckoo's Nest, ao The Departed.

Os actores talentosos são tipos brilhantes. São conchas vazias, prontas a ser ocupadas por um qualquer molusco cheio de manhas e subtilezas. Veja-se Liam Neeson. Veja-se Ewan McGregor.
Um sorriso deles basta para nos provocar uma emoção...? Talvez não. Mas cada gesto, cada passo, cada movimento, cada palavra tem um significado e comporta uma relação com a acção que os precede e com aquela que se lhes seguirá. As personagens dominam e são dominadas. É uma lide sublime.

Por fim, creio que há outro tipo de actores... Sem pensar muito nas coisas, sem me preocupar com construções teóricas, há actores que gosto muito de ver representar e não quero saber porquê. Como uma fé. Acredito porque sim. Há alguns. Há o John Cleese.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Por una cabeza.


No Dandyphone: Carlos Gardel - Por Una Cabeza

Basta de carreras, se acabo la timba,
Un final reñido yo no vuelvo a ver,
Pero si algun pingo llega a ser fija el domingo,
Yo me juego entero, que le voy a hacer?

domingo, 15 de abril de 2007

The Departed.



Finalmente o filme do Oscar! Depois de vezes sem conta a adiar esta película, pude vê-la em paz, apenas interrompendo o visionamento para uma curta discussão sobre fé, via telemóvel. Nada de preocupante.
4 Academy Awards: Realização, Montagem, Melhor Filme e Melhor Argumento Adaptado. Debruço-me sobre os dois que neste momento mais me interessa debruçar, que são aquele que premiou o trabalho mais evidente do realizador "Marty" Scorsese e o outro que elege o melhor esforço do ano, no que concerne aos filmes vistos nas suas totalidades conjuntas.
Martin é um óptimo realizador. Ele deu-nos Taxi Driver, Raging Bull, Goodfellas, Casino, entre tantos outros. É incansável. Sabe fazer bom cinema. Merece o Oscar, sem qualquer dúvida remanescente. E não me venham com a desculpa do "prémio carreira". The Departed mereceu este Oscar por si só, sem a ajuda do curriculum vitae de Mr. Scorsese.
Quanto ao "Best Motion Picture of the Year"... O filme é óptimo. É máfia diferente. É crime irreverente. É representação competente. É banda sonora absorvente. É montagem cativante. É um pedaço de tudo... Desconcertante! Merece bem!
Por fim, os actores também me merecem uma palavra. Nunca fui dos maiores apreciadores de Jack Nicholson. Vive demasiado de um pseudo-carisma e muito pouco do seu talento. Diferentes são Matt Damon, Mark Wahlberg, Leonardo DiCaprio. Estiveram todos brilhantes? Sim... Melhor: estiveram adequados, pois quanto mais brilha um actor, menos brilha o filme e os seus colegas.


Realização: 8/10

Representação: 8/10

Argumento: 8/10

Outros: 8/10

Total: 8 pontos.

Passiflora edulis.



Não publico a fotografia das flores da Passiflora edulis por nenhuma razão em especial. Apenas as acho esteticamente interessantes, nas suas formas e cores. Para ampliar este retrato das flores do maracujá, é favor clicar na imagem. Obrigado.

Mulheres.


Nunca soube o que é uma mulher de 50 anos... É difícil saber.
Uma mulher de 70 é uma mulher enlutada.
Uma mulher de 60 é uma avó.
O que é uma mulher de 50?
Uma mulher de 40 é uma divorciada.
Uma mulher de 30 é mãe.
Uma mulher de 20 é um pecado.
A de 50 não sei o que é. Acho que nunca conheci uma mulher que tivesse 50. Nem 50, nem 59, nem nada que estivesse a meio caminho. Não sei o que é a mulher de 50.

Ontem, às 4 da manhã em Lisboa, vi algo que me fez duvidar. Duvidei da relação que tenho com esta cidade.
Lisboa sempre me encheu os olhos. Sempre a vi como a menina ladina com o mais belo brilho nos olhos do Mundo. A mais bela.

Uma senhora, às 4 da manhã, passeava-se apressadamente e bem agasalhada. Bem vestida, mesmo. "Prostituta." - pensei à primeira vista. Tinha 50 e muitos de cara. Andava apressada metros para a frente e metros para trás, até que noto num saco de plástico entre suas mãos.
Pára. O saco vira-se. Muitas esferas amarelas caem direitas à calçada. Milho!
Duvidei de Lisboa. Não sabia se aquela cena era triste ou não, se era cinematográfica ou não, se era de Lisboa ou importação.

Fiquei sem saber o que é uma mulher de 50. Fiquei sem nada saber. Vi e parece que sonhei.
Pouco feliz. Pouco. Muito pouco.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Klimt, 1907.



Retrato de Adele Bloch-Bauer
Gustav Klimt, 1907
Óleo, folha de ouro e de prata sobre tela, 138 × 138 cm
em Nova Iorque, Neue Galerie New York

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Engineers.


Engenheiros há que, tal como se afirma na ilustração do post anterior, limpam o caminho, facilitando-o. Outros há que se dedicam a enterrar as gerações futuras. Engenheiros, ou não...

E queria o meu pai que eu fosse engenheiro civil...!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Money, money, money...!



Descobri que "O Dandy" vale, enquanto vos escrevo estas, nada mais, nada menos que $2,258.16! Estou orgulhoso. Das duas uma, ou sou um gestor competente, ou o dandismo é um produto com uma enorme procura, inexplorada até agora.

No caso da segunda hipótese se confirmar, pode-se dizer que este pasquim foi bafejado pela sorte. Em caso de a resposta certa para este saboroso enigma ser a primeira fórmula, está visto que terei que mandar um vale postal à Universiadade Independente (UnI), por forma a enviarem-me um diploma de licenciatura em Gestão. Convém ter sempre algo que confirme a nossa habilidade para fazer qualquer coisa. Mesmo que não a saibamos fazer. Como escrever num blog. Como governar um país.

Mudam-se os tempos...


"Antigamente gostavas das altas, magrinhas e de nariz carismático...
...agora gostas de baixinhas, rechonchudas e de nariz pequeno."

As coisas que um dandy ouve...!

The Queen.



The Queen é um bom filme. Vê-se bem, por assim dizer.
Já só o consegui ver em DVD, dado que as minhas idas ao cinema, que por norma enobrecem muito mais os filmes que vejo, são cada vez mais raras. É um bom filme. Não desgosta.
Retrata um período curto da vida de Elizabeth II, talvez aquele que é a chave para o seu reinado. É durante estes dias que se dá a prova final para Elizabeth. Um acontecimento aparentemente simples (uma morte), ainda que inesperada e prematura, marca os livros da História da Inglaterra tanto como a II Guerra Mundial. Se não marca é por puro pedantismo dos eventuais historiadores. O filme começa a melhorar enquanto escrevo estas linhas.
É de salientar o bom desempenho de Helen Mirren (não é assim tão bom como alguns querem fazer crer) e de lamentar o sentimento com que fiquei, quanto ao possível espartilhamento exercido sobre Stephen Frears, o realizador. Habituei-me a gostar do trabalho do homem (The Van, Dangerous Liaisons) e senti que este filme não tinha a sua marca, possivelmente pela mesma razão que não considero a representação de Mirren assim tão boa, ou ainda pela mesma razão pela qual não gosto da corrente plástica hiperrealista. A arte e a realidade não se deveriam confundir assim tanto.
Vá... O filme é bom. É bom a sério.

Realização: 6/10

Representação: 8/10

Argumento: 8/10

Outros: 7/10

Total: 7,25 pontos.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Sinnerman.


No Dandyphone: Nina Simone - Sinnerman

Oh, sinner man, where you gonna run to?
Oh, sinner man, where you gonna run to?
Oh, sinner man, where you gonna run to?
Oh, sinner man, where you gonna run to all on that day?

Destaques.


Decidi destacar algumas das minhas Liaisons Dangereuses. Afinal, as letras são tão pequeninas, que creio acabarem despercebidas por vós, meus convivas.


Materiais Corrosivos: 31 da Armada

Paraíso: Casa Havaneza

Indoors: Cinecartaz

Outdoors: ViaMichelin

Omnisciência: FNAC e Wikipedia

É "O Dandy" dedicado ao serviço público, ainda que advogue um funeral para o serviço público.

Malandrice!

Bom livro, péssimo filme? A Crónica dos Bons Malandros, do Mário Zambujal.

A obra caiu nas mãos pós-revolucionárias (em 1984 este país ainda andava tolinho de todo), quando poderia ter sido aproveitada hoje em dia pelo António-Pedro Vasconcelos (porque não...?), para ser traduzida em filme de forma bem mais interessante.

A leitura do livro que Fernando Lopes (realizador e argumentista) e Artur Semedo (argumentista e grande benfiquista) ofereceram à tela, foi certamente um dos mais rijos pregos no caixão que ainda vai envolvendo o cinema português. Mau. Muito mau.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Munch, 1895.



Madonna
Edvard Munch, 1894-1895
Óleo sobre tela, 91 x 71 cm
em Nova Iorque, the Museum of Modern Art

domingo, 25 de março de 2007

Grupo C.



Obrigado Lobos!

1500.


Napoleão Cruzando os Alpes, de Jacques-Louis David. Por muito que apontes, meu caro, "O Dandy" vai sempre por onde lhe apetece...

"O Dandy" chegou às 1500 visitas, sendo que 500 pessoas (ou IPês) diferentes acederam a esta destilaria daquilo que o Dandy é. É um gosto saber que há amigos que aqui gostam de vir ler aquilo que um dandy pensa. É muito bom saber que há pessoas que se quedam por aqui, vindas de um qualquer motor de busca, realizando uma qualquer pesquisa inusitada. Há com cada pesquisa que redirecciona aqui...
Confesso que este blog, qual ser orgânico e irrepetível, me surpreendeu. Tentei "educá-lo" desde o princípio. Tentei fazer lhe ver o caminho da virtude, da sobriedade... Ele não me ouviu e decidiu viver para o hedonismo e para o escárnio.
É por esta razão que tanto me apetece continuar. Ele não é uma mera pedra que gravo conscientemente sem hipóteses de mutabilidade ao longo do tempo. Não... Este blog nunca vai por onde quero. É uma ligação directa ao meu inconsciente. É um deleite.
Obrigado.

quinta-feira, 22 de março de 2007

O Grotesco.



A televisão é um dos meus objectos preferidos. Tal como um dia confessei a alguém, “eu consigo encontrar beleza no grotesco”. A televisão é isso mesmo. Um meio, grande parte das vezes grotesco, de telecomunicar algo. A arte. A informação. O grotesco ensimesmado.

O problema surge quando, durante um jantar, a televisão se encontra ligada a transmitir o Grotesco de forma inexaurivelmente grotesca. Note-se: ter a televisão ligada enquanto se degusta um prato e dois dedos de conversa é, já de si, grotesco (e ainda assim, grotescamente belo)… Imagine-se agora o aliar desta ignobilidade à opção televisiva referida; o Grotesco de forma inexaurivelmente grotesca...!

“O Dandy” pondera actualmente a inauguração de uma rubrica dedicada aos seus desamores de estimação. Certamente que o Grotesco figuraria num dos honrosos primeiros capítulos.
Desgostar só por desgostar é catártico.

Infelizmente, o Grotesco arranjou uma boa razão para me causar aborrecimento fundado: perturbou-me o jantar.

Ellens dritter Gesang.


No Dandyphone: Franz Schubert - Ellens dritter Gesang.

Ave Maria! Jungfrau mild,
Erhöre einer Jungfrau Flehen,
Aus diesem Felsen starr und wild
Soll mein Gebet zu dir hinwehen.
Wir schlafen sicher bis zum Morgen,
Ob Menschen noch so grausam sind.
O Jungfrau, sieh der Jungfrau Sorgen,
O Mutter, hör ein bittend Kind!
Ave Maria!

Ave Maria! Unbefleckt!
Wenn wir auf diesen Fels hinsinken
Zum Schlaf, und uns dein Schutz bedeckt
Wird weich der harte Fels uns dünken.
Du lächelst, Rosendüfte wehen
In dieser dumpfen Felsenkluft,
O Mutter, höre Kindes Flehen,
O Jungfrau, eine Jungfrau ruft!
Ave Maria!

Ave Maria! Reine Magd!
Der Erde und der Luft Dämonen,
Von deines Auges Huld verjagt,
Sie können hier nicht bei uns wohnen,
Wir woll'n uns still dem Schicksal beugen,
Da uns dein heil'ger Trost anweht;
Der Jungfrau wolle hold dich neigen,
Dem Kind, das für den Vater fleht.
Ave Maria!


(Uma prece fabulosa, sublimada quando foi cantada pela única Maria Callas)

quarta-feira, 21 de março de 2007

Ditadores.


Os ditadores são figurinhas humanas muitíssimo interessantes.

Um exemplo de ditador atípico vem da Roma Antiga – Cincinnatus – que assumiu o cargo a pedido do Senado enquanto estava a lavrar a sua terra, para em pouco tempo vir a repelir as forças invasoras que perigavam Roma. Estando o propósito da sua nomeação esgotado, Cincinnatus, figura semi-lendária, abandonou o cargo a tempo de terminar o seu trabalho na lavoura, impedindo assim que a sua família morresse à fome.

Exemplos mais comuns serão os de sempre: Hitler, Mao Zedong, Kaddafi, Fidel Castro, A. J. Jardim (leia-se ei djei jardim), etc.…

Isto tudo para vos dar conhecimento de um site engraçado com o qual esbarrei recentemente; The Dictatorship.com. Este site dedica-se exclusivamente a analisar de forma mais ou menos séria a liderança dos ditadores que governaram ou governam o Globo.

Para aguçar o apetite apenas vos digo que existe no site um concurso que põe frente a frente diferentes ditadores de forma absolutamente aleatória, por forma a competirem ao longo de rondas, pelo objectivo de serem eleitos “o ditador dos ditadores”! Imperdível!


P.S.: Oliveira Salazar chegou à segunda ronda do primeiro concurso…

P.P.S.: Sou capaz de, um dia destes, escrever mais qualquer coisa sobre o Cincinnatus, ou sobre uma destas "figurinhas humanas muitíssimo interessantes".

segunda-feira, 19 de março de 2007

"Cockles and mussels, alive, alive oh!"



Um dia conto quem é esta menina de quem tenho saudades que todos os dias me corroem.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Mondrian, 1943.



Broadway Boogie Woogie
Piet Mondrian, 1942-1943
Óleo sobre tela, 127 x 127 cm
em Nova Iorque, The Museum of Modern Art

terça-feira, 13 de março de 2007

Origami.



Se me disserem que um qualquer indivíduo se encontra a representar Portugal num concurso de origami, acreditem que me interesso pelo facto relatado. Não por me interessar muito na arte de dobrar papel em formatos excêntricos (na verdade não nutro especial apreço pelo origami), mas sim por se tratar de um português que tem hipótese de fazer ver aos nossos concidadãos do Mundo "quem é que manda!".

É patriotismo? Nem sequer a isso deverá chegar. É puro bairrismo infundado. É genética. É um tudo-nada que nos faz cometer pequenos actos irreflectidos. É bom.

Estas linhas que precederam esta outra não são inocentes. O facto é que estou absolutamente chocado. Estou desgostoso. Estou nauseado com o resultado do XXXIX Festival RTP da Canção 2007.

Não vi o programa televisivo. Não me interesso muito pelos festivais da canção, nem pelos da Eurovisão. Não ouvi as canções a concurso. Excepto uma; a vencedora...

Saber que Portugal estará representado entre concorrentes da Europa e arredores, por uma coisa daquelas, é dilacerante. A canção chama-se Dança Comigo (vem ser feliz) e é cantada por uma simpática menina de sua graça Sabrina. O produtor é um senhor de seu nome Emanuel.

Não coloco aqui o vídeo da actuação. Nem eu, nem "O Dandy", nem o estimado leitor o merecem. No entanto deixo o link aqui, visto que "O Dandy", do cimo da sua tolerância, pretende respeitar aqueles que eventualmente poderão retirar prazer de espectáculo tão macabro. Boa Sorte.

We Have All the Time in the World.


No Dandyphone: Louis Armstrong - We Have All the Time in the World

We have all the time in the world
Just for love
Nothing more, nothing less
Only love

segunda-feira, 12 de março de 2007

Egas Moniz...



...não, não é o senhor que ganhou o prémio Nobel da Medicina em 1949 e que hoje em dia é demonizado por uns e outros. Este (António) Egas Moniz foi agraciado pela Academia Sueca devido a ter encontrado relevância na lobotomia pré-frontal para o tratamento de certas psicopatias. O Egas Moniz a quem dedico estas linhas foi aio de D. Afonso Henriques e de acordo com a História e com as lendas é uma das melhores personificações nacionais da Honra.

Passa-se que o nosso ainda-por-coroar-primeiro-rei estava cercado em Guimarães, pela tropa de Afonso VII de Castela, imperador de toda a Hispânia (sic). Julgando-se capaz de vergar o primo, Afonso VII exige-lhe um juramento de vassalagem. Corria o ano de 1127 e o nosso Afonso Henriques, na flor da idade (18), não estava nada para aí virado. Antes morrer que prestar vassalagem a esses proto-paelleros, que lhe cercavam a capital do condado.

Egas Moniz, que julgava possuir autoridade suficiente para negociar tréguas (pertencia a uma das cinco famílias mais importantes que apoiavam as pretensões independentistas portucalenses), dirige-se a Afonso VII e firma a submissão de Afonso Henriques. O primo castelhano aceita a negociata e levanta o cerco. É aqui que surge o busílis da questão: tudo correu bem por cerca de um ano... Até à batalha de São Mamede.

Esta célebre batalha em que o Sr. Henriques resolve esmagar as tropas da sua excelsa mãezinha, confirmando a sua liderança do condado, marcou o ponto de viragem na relação entre este e o seu primo. Farto de ser vassalo e de ver a sua autoridade perigada pelas ameaçadoras forças de Afonso VII, Afonso Henriques muda a sua capital para Coimbra e resolve as suas preocupações como melhor sabia: invadindo a Galiza em 1137.

O bom do Aio fica destroçado. A sua palavra estava manchada. O Afonso, cuja educação tanto esforço exigiu ao aio, foi guerrear contra o primo, quebrando o acordo e desonrando a palavra de Egas Moniz.

Outro teria ficado de braços cruzados, gozando os possíveis proveitos de tal acto. Egas Moniz, reza a lenda, vai a Toledo ter com Afonso VII, descalço e com uma corda ao pescoço, qual condenado à morte, entregar a sua vida ao rei estrangeiro. Não vai sozinho. Leva a sua mulher e os seus filhos. Estavam prontos para morrer pela sua Honra.

A lenda conta-nos que o rei castelhano se comoveu perante tamanha fidelidade à palavra dada. Ao que parece, este perdoou o Aio e mandou-os de volta ao condado. Consta também que para além de ter caído nas boas graças do primo castelhano, também assim aconteceu com o portucalense. Egas Moniz havia recuperado a sua Honra, ornamentada de novos favores pelos dois lados da fronteira.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Estrela da Tarde.


Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!



-José Carlos Ary dos Santos

quinta-feira, 8 de março de 2007

Inés...



Não eras capaz de te apaixonar por guevarismos baratos, como no The Lost City, pois não...?
(Inés Sastre - Aurora Fellove, em The Lost City)

quarta-feira, 7 de março de 2007

Dalí, 1951.



Cristo de São João da Cruz
Salvador Dalí, 1951
Óleo sobre tela, 205 × 116 cm
em Glasgow, the Kelvingrove Art Gallery and Museum

terça-feira, 6 de março de 2007

Dandy Inteligence Services.


Sendo "O Dandy" um paladino por causas próprias, constando destas o bom gosto, resolvemos em reunião de conselho marcial incumbir o Dandy Inteligence Services - DIS da seguinte missão: "a obtenção de planos para a criação de uma frota submarina moderna, capaz de gorar as intenções maléficas dos nossos inimigos extra-territoriais."

Estes jamais deverão lograr na sua tentativa de globalizar o mau gosto!

Desta forma, os nossos serviços secretos, não conseguindo obter os planos de um submarino de última geração, conseguiram arranjar algo de muito semelhante:

O Nautilus de Fulton, 1798.


Perguntarão os nossos leitores internacionais, preocupados com o potencial clima pré-beligerante que se está a instalar, muito por causa desta corrida às armas iniciada por nós: "Porquê? O que levou "O Dandy" a temer pela sua segurança e dos seus aliados?"

A resposta encontra-se nas imagens captadas por um infiltrado do DIS no seio do inimigo.

Chamo a atenção para o facto das imagens que se seguem serem passíveis de causar danos psicológicos aos mais susceptíveis, dado o seu teor de tortura visual:

segunda-feira, 5 de março de 2007

Rocinante.



O meu fiel rocinante.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Sol.



A última vez que senti, de um dia para o outro, uma tamanha diferença na respirabilidade do ar, foi de 17 de Março de 2002, para o dia seguinte.
De ontem para hoje, a sensação foi semelhante.
Os amigos percebem...

Distractions.


No Dandyphone: Zero 7 - Distractions

I only make jokes to distract myself
From the truth, from the truth...

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Casablanca.



Não, este post não é sobre nenhuma cidade marroquina, nem sobre nenhum filme de 1942. Este post é sobre a "A maior companhia de espetáculos de África, uma das melhores do terceiro mundo" (sic) - a Casa Blanca, Produção de Espectáculos.

Esta empresa com sede em Luanda é o meu mais recente objecto de fascínio. Uma simples visita ao site da empresa basta para avivar o mais tétrico estado de espírito. Senão, veja-se: existe no site um agradecimento do Presidente da República (Angolana, suponho eu) inexistente; a afirmação de que já produziram "os melhores artistas de Angola, África (Angola deve ser no sudeste asiático...), Brasil, Antilhas, Terceiro Mundo (que é certamente algures entre a Cova da Moura Norte e a Cova da Moura Sul), e dos Estados Unidos da América - agora vamos produzir estrelas mundiais (porque antes era só de Marte para a frente)"; e ainda fotografias de sobra do Presidente Angolano, José Eduardo dos Santos (ou será um sósia?), esse paladino da livre expressão, que volta e meia manda um jornalista para a cadeia.

Ainda assim, a Casa Blanca, que é actualmente investigada pelo terrível órgão português de censura artística - a Polícia Judiciária - por suspeitas de branqueamento de capitais, reserva uma última surpresa no site...

...e que surpresa! Após ter conseguido adiar e voltar a adiar o mesmo espectáculo megalómano (errrrr... para os que estão a ler com menos atenção: É A CASA BLANCA! NÃO HÁ ESPECTÁCULO NENHUM!) em apenas dois meses, sendo que o promoveu em tudo quanto é sítio (outdoors, televisão, imprensa, etc.), a empresa propõe-nos um espectáculo ainda mais piramidal: o Festival Internacional de Apoio a Angola "FestiAngola", a realizar em Bruxelas!

Perceba-se: no tal festival a realizar no Pavilhão Atlântico, o cartaz era realmente megalómano, tendo em conta o local do evento e o facto do cartaz conter uma mão-cheia dos mais bem sucedidos artistas do, so called, Hip-hop americano. Constato agora que este cartaz não era nada, quando comparado com o elenco para o festival de Bruxelas.

Termino esta ode à Casa Blanca, que já vai longa, com um resumo da lista dos músicos que estarão presentes no "FestiAngola":

-Artistas africanos mundialmente reconhecidos como Koffi Olomidé, Lokua Kanza e Youssou N'Dour.

-Artistas americanos como Tracy Shapman (a Tracy Chapman não devia poder ir... Então convidaram a sua gémea malévola!), SisQó e Michael Jackson (acho que este nem preciso de comentar...).

-Artistas do Reino Unido como Sting, Phill Collins (devem ter pensado que se o segundo nome tinha dois l's, o primeiro também deveria ter) e Rolling Stone (ou seja, deve ser só um elemento dos Rolling Stones. Qual? Não sei...).

-Artistas italianos como Laura Pousini (a piada dos erros ortográficos já deve estar um pouco gasta, não?) e Luciano Pavarotti (que, só por acaso, já se retirou...).

-Artistas das Antilhas, como Ziggy Marley (tentaram o pai dele, Bob Marley, mas este armou-se em estrela e disse que não podia ir).

-Artistas falecidos como Raúl Ouro Negro (aqui está um tipo humilde, ao contrário do Bob Marley que se armou em vedeta só por estar morto).


Oh well... "We'll always have Paris."

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Chagall, 1977.



Le Couple
Marc Chagall, 1977
em Saint-Paul-de-Vence, colecção privada

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

The winner takes it: Al.



Para pena minha hoje de manhã, quedei-me a ver os Óscares madrugada fora. Continuam a ser acontecimento suficiente para me manter acordado e para que me digne a escrever sobre tal tema, mesmo havendo-me sentido frustrado ao longo da cerimónia; 2006 não foi ano de ir ao cinema. O pouco tempo que dediquei à mais completa arte fez com que não pudesse ir avaliar por mim uns 80% dos filmes, representações e afins nomeados.

Na generalidade das opiniões, o grande vencedor da noite foi The Departed, de Martin Scorcese, com 5 nomeações e 4 óscares. Para outros terá sido Helen Mirren, que aos 61 anos conseguiu arrecadar o primeiro óscar de melhor actriz principal, pelo seu brilhante desempenho enquanto Rainha Elizabeth II (havia já sido nomeada anteriormente para dois óscares de melhor actriz secundária, não recebendo nenhum).

No que me concerne, o vencedor da noite foi Al Gore, que partindo de discursos cativantes, variando entre a comédia subtil e o activismo de pacotilha, e ainda de dois óscares (melhor canção original e melhor documentário) atribuídos ao documentário que retrata a sua campanha anti-aquecimento global, conseguiu levar a água ao seu moinho, obtendo tempo de antena privilegiadíssimo e alguma comoção entre os mais susceptíveis presentes no Kodak Theatre. A agravar tudo isto, temos ainda o facto deste senhor, que até já veio a Lisboa dar uma conferência sobre o referido louvável documentário, ter pertencido à Administração americana que se recusou a assinar o Protocolo de Quioto, havendo participado nas rondas de negociação.

Os grandes derrotados foram Babel, de Alejandro González Iñárritu, que nomeado para 7 óscares ganhou apenas 1 pela melhor trilha sonora e Eddie Murphy, que após ter ganho o globo de ouro e o prémio do Screen Actors Guild, ambos para melhor actor secundário, falhou o óscar.

Na minha opinião, o grande derrotado, para muita pena minha, foi Peter O'Toole. Este irlandês de 74 anos é um dos meus actores de eleição e conseguiu não levar o óscar para casa pela 8ª vez. Nunca o levou! À excepção daquela vez em que levou um óscar honorário por todo o talento empenhado na interpretação de personagens, contribuindo assim para o enriquecimento da história do cinema.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

The Last King of Scotland.



Este é daqueles filmes que guardo na mesma prateleira que Hotel Rwanda ou Blood Diamond, para citar filmes mais recentes. Estereótipo? Sim, pois sem outras fitas para estabelecer comparações e sem outras géneros (prateleiras) onde enquadrar essas mesmas fitas, torna-se complexa a análise de um dado filme.
No entanto, apesar de ter gostado bastante de Hotel Rwanda e de Blood Diamond, The Last King of Scotland não ficou atrás, tornando-se num dos meus favoritos da prateleira. É um filme que vive de uma representação muito boa e de um argumento que nos diz algo enquanto seres conhecedores da história do Uganda e enquanto portadores de um passado colonial africano.
Forest Whitaker é brilhante enquanto Idi Amin Dada (Globo de Ouro para Melhor Actor Principal em Drama. Vamos ver se hoje ganha o Óscar para o qual está nomedo), embora James McAvoy complete o ramalhete de forma competente.
Vale a pena ir ver, pelos olhos de um médico ficcional, este retrato do período mortífero em que Idi Amin esteve à frente dos destinos do Uganda. "...my Nicholas!"

Realização: 6/10

Representação: 9/10

Argumento: 7/10

Outros: 6/10

Total: 7 pontos.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Fosse o Dandy americano...



Fosse o Dandy americano, a mais de ano e meio das eleições presidenciais, já havia seleccionado o seu candidato. O sentido de voto iria para este senhor aqui por cima, Rudolph Giuliani.
Rudy Giuliani é indubitavelmente o melhor candidato, pois para além de conseguir ser tão bom como quaisquer eventuais adversários nos seus "territórios", ainda consegue ter vantagens em domínios que são só seus.

Começando com os Republicanos (dos quais Giuliani faz parte) temos John McCain e Condoleezza Rice, sendo que apesar de esta última ter afirmado que não estaria interessada em concorrer, é ainda assim das 3 melhores hipóteses que os republicanos têm de ganhar.

John McCain
obteve o seu salto para a ribalta por ter sido prisioneiro de guerra entre 1967 e 1973. Obteve extensa formação militar e o seu grande trunfo, para além de uma já extensa carreira política, é a sua folha de serviço militar.

Condoleezza Rice
é a actual Secretária de Estado. É notório o facto de ser a primeira mulher negra a desempenhar o cargo em que está investida. A Ciência Política foi o cerne da sua formação académica. Tem por principais vantagem a visibilidade mediática do cargo que ocupa e a sobriedade.

Passando para os Democratas, os candidatos mais fortes são Hillary Clinton e John Edwards (não me digam que um tipo chamado Barack Hussein Obama ganha o que quer que seja em solo americano).

Hillary Clinton
já foi um pouco de tudo. Desde primeira-dama, a primeira-dama traída pelo seu marido/presidente (riscar o que não interessa), a senadora, etc... Falta-lhe ser presidente. A formação desta senhora passou pela Ciência Política e pelo Direito. O seu grande trunfo? É a candidata democrata.

John Edwards
quer baralhar as contas. Tal como Hillary, é um candidato assumido, embora a senhora esteja numa posição muito mais vatajosa. Edwards é senador e foi candidato a vice-presidente nas últimas eleições. A formação académica deste senhor é essencialmente jurídica e o seu trunfo passa pela sua imagem limpinha perante a sociedade norte-americana e por ter uma campanha tão funcional como um relógio suíço.

Rudolph Giuliani
ganha por Knock Out! Este senhor foi o responsável pela redução, até niveis mínimos, da criminalidade numa cidade à altura corrompida pelo crime... Nova Iorque. Fê-lo na barra dos tribunais enquanto United States Attorney e também quando desempenhou dois mandatos como Mayor da cidade. Este senhor, para além de possuir uma formação jurídica essencial a qualquer cargo político de topo, possui ainda a distinção não oficial de Mayor da America. Venceu o câncro e conduziu Nova Iorque no seu período mais conturbado, o pós-11 de Setembro. De referir que é o único dos nomes aqui apresentados que é católico. Republicano e católico... É preciso pedir mais?

Alfie.


No Dandyphone: Joss Stone - Alfie

What's it all about, Alfie?
Is it just for the moment we live?
What's it all about when you sort it out, Alfie?
Are we meant to take more than we give
Or are we meant to be kind?
And if only fools are kind, Alfie,
Then I guess it's wise to be cruel.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Verde e Vermelho.


Uma questão que sempre me intrigou foi o porquê das cores da bandeira nacional. Na escola ouvimos estórias fáceis sobre o verde da esperança e o vermelho do sangue derramado em batalha. Ou antes, do verde, cor do mar que nos permitiu a expansão e do vermelho, cor do Sol pondo-se atrás desse mar. Versões estas que, sabe-se lá porquê, nunca me encheram as medidas.

A verdade é que tudo aponta para que estas fossem as cores que representavam o federalismo ibérico, muito em voga, a partir de 1891, entre os republicanos e a maçonaria. Note-se que em voga estavam quer as cores, quer o bom do federalismo...


Ora, eu que possuo uma veia patriota, ainda que não me considere grande nacionalista, não aprecio muito o facto de saber que as cores da pátria exprimem o desejo de que hablemos todos castelhano e de que façamos todos fila para ir às rebajas do "El Corte Inglés".

Não se julgue que não desfraldei a bandeira (porque os gestos também podem ter o seu quê de kitsch) por ocasião do europeu de futebol. Deu gozo ser convictamente tuga (sic) perante os inúmeros turistas de ocasião que nos visitaram. Ainda assim, o meu "bichinho álacre e sedento" não parou de me impelir a saber algo mais sobre esse vermelho e verde que a todos, volta e meia, entra pelos olhos, pedindo em troca, por vezes, lágrimas de comoção patriota.

Mais, tomando consciência dos factos anteriormente referidos, os tais do Iberismo, fiquei curioso quanto à existência de outras propostas para uma bandeira republicana. Ressalva seja feita; sou republicano por preguiça, pois não encontrando particular utilidade para a monarquia em Portugal e não sendo adepto de convulsões sociais, prefiro manter o regime instituído há 96 anos a esta parte.

Parti então numa demanda que não me deu grande trabalho, verdade seja dita. Encontrei um site, do qual constavam uma série de propostas de bandeiras para a República Portuguesa. De entre todas, houve uma que me chamou à atenção e que aqui apresento.


A minha preferência recaiu na proposta apresentada por Álvaro da Silva Foito, pois é uma bandeira que, para além de manter as cores da bandeira da monarquia constitucional, se limita a retirar-lhe a corôa, mantendo o escudo e adicionando alguns adornos de índole republicana. Diga-se de passagem que, sentimentalismos à parte, chega mesmo a ser bastante mais interessante do ponto de vista estético.


fonte: Flags of the World.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Pátria e Povo.



Novíssimo blogue promissor. "Pátria e Povo", por João Gomes e João Prazeres de Matos.
Um abraço aos dois.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

República das Bananas.



É Carnaval... Ninguém leva a mal?

Severini, 1915.



Treno Blindato in Azione
Gino Severini, 1915
Óleo sobre tela, 116 x 89 cm
em Nova Iorque, The Museum of Modern Art

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Camellia sinensis.



Quando se ouve falar de diferentes tipos de chá (verde, Ceilão, Earl Grey, etc.) poder-se-ia pensar que estes provêem de diferentes espécies de plantas. Seria uma má conclusão. Todos estes tipos de chá provêem da Camellia sinensis, a Camélia chinesa.

Na verdade, estas designações que damos aos chás referem-se a uma de 3 hipóteses: a oxidação a que as folhas de chá foram submetidas; o sítio onde foram cultivadas as folhas; o blend, ou mistura, de diferentes tipos de chá e/ou outros produtos para potenciar o paladar da bebida.

No caso da oxidação temos tradicionalmente 4 tipos de chá.

Os chás brancos são usualmente os mais raros chás, visto que são produzidos apenas com as folhas mais novas da planta e nenhuma oxidação é permitida. A planta chega mesmo a ser protegida da luz solar, por forma a prevenir a formação de clorofila.

Os chás verdes são aqueles cuja oxidação foi mínima. Esta é obtida através da aplicação de calor às folhas de chá, por meio de métodos desenvolvidos ao longo de séculos quer por chineses, quer por japoneses. O processo dura de 1 a 2 dias, após a colheita.

Nos chás oolong o nível de oxidação está algures entre o chá verde e o chá preto. Aqui a oxidação dura de 2 a 3 dias, por forma a obter-se um chá já com uma considerável percentagem de oxidação.

Por fim, os chás pretos. Nestes a oxidação é total. É o chá mais comum e a oxidação durará entre duas semanas a 1 mês. A título de curiosidade é de referir que a tradução literal do chinês não é chá preto, mas antes chá vermelho. Daí que surjam algumas confusões quanto à existência, ou não, de chás vermelhos.

Quanto à designação dos chás atendente ao sítio onde foram cultivados não há muito a dizer. Certamente que já todos reparámos que existem chás com nomes de regiões mais, ou menos conhecidas. A título de exemplo temos os Ceilão (Sri Lanka), os Assam (Índia), ou os Darjeeling (Índia).

A terminar, os blends. Por vezes os chás têm nomes que não correspondem nem a cores, nem a sítios, mas antes às misturas que foram feitas para dar origem a uma melhor infusão. Temos o exemplo de uma das infusões mais conhecidas, o Earl Grey. Este chá que recebeu o nome de Charles Grey, o 2º Earl Grey, Primeiro-Mininstro Inglês de 1830 a 1834, é obtido geralmente através do equilibrio entre chás pretos (o Ceilão costuma ser obrigatório) e o paladar do óleo de bergamota.

Em suma, isto dos chás tem muito que se lhe diga, sendo que esta é a amostra mais básica que se pode apresentar daquilo que é o vastíssimo mundo da infusão de Camellia sinensis.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Rocky Balboa.



O Rocky está de volta 16 anos depois do último tormento cinematográfico do género. Valeria a pena ir ver o sexto episódio de uma saga já tão gasta, ainda que vencedora de 3 Óscares (Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Montagem) no primeiro Rocky de todos? Não, não valia.
O que valeu a pena ir ver foi Rocky Balboa, que não se confunde com um Rocky VI. Deixemo-nos de rodeios; o filme é mesmo bom. Não sendo "The Godfather I, II e III" (o Olimpo Dandy dos filmes) é uma obra extremamente bem conseguida. Stallone conseguiu escrever bem, realizar bem e representar ainda melhor. Absolutamente coerente. Mais; coerente com picos de excelência.

Realização: 7/10

Representação: 8/10

Argumento: 7/10

Outros: 6/10

Total: 7 pontos.

Cinema.

O cinema é das artes que mais prezo. Já desde o princípio d' "O Dandy" que pretendo escrever um pouco sobre cinema por aqui. Está na hora de começar.
Escreverei, na generalidade das vezes, via forma de críticas a filmes vistos. Filmes recentes e não tão recentes. De preferência filmes que deixaram um gosto bom.
Será uma crítica bastante pessoal, como qualquer crítica deve ser, de acordo com parâmetros pessoais, que passo a explicitar:

Realização
: de 1 a 10 pontos

Representação
: de 1 a 10 pontos

Argumento
: de 1 a 10 pontos

Outros
(banda sonora, ritmo/montagem, etc.): de 1 a 10 pontos

A soma das parcelas descritas é então dividida pelo número das mesmas, por forma a obter um resultado final para a fita em questão.
De referir, por fim, que todas as críticas e críticas à crítica de cada filme são bem-vindas às caixas de comentários. Obrigado.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

The Look of Love.


No Dandyphone: Dusty Springfield - The Look of Love

The look of love
Is in your eyes
The look your smile can't disguise
The look of love
Is saying so much more
Than just words could ever say
And what my heart has heard
Well it takes my breath away

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

What is the Word.

(em tempos o Miguel Esteves Cardoso traduziu isto e eu também cometi o mesmo pecado. não vos massacro com tais visões do inferno. o último poema do Mestre não se traduz. lê-se, relê-se. ama-se.)

folly -
folly for to -
for to -
what is the word -
folly from this -
all this -
folly from all this -
given -
folly given all this -
seeing -
folly seeing all this -
this -
what is the word -
this this -
this this here -
all this this here -
folly given all this -
seeing -
folly seeing all this this here -
for to -
what is the word -
see -
glimpse -
seem to glimpse -
need to seem to glimpse -
folly for to need to seem to glimpse -
what -
what is the word -
and where -
folly for to need to seem to glimpse what where -
where -
what is the word -
there -
over there -
away over there -
afar -
afar away over there -
afaint -
afaint afar away over there what -
what -
what is the word -
seeing all this -
all this this -
all this this here -
folly for to see what -
glimpse -
seem to glimpse -
need to seem to glimpse -
afaint afar away over there what -
folly for to need to seem to glimpse afaint afar away over there what -
what -
what is the word -

what is the word


-Samuel Beckett, 1988.

Renoir, 1907.


Paysage de Cagnes
Auguste Renoir, após 1907
Óleo sobre tela, 38 x 50 cm
em Bordéus, Musée des Beaux-Arts de Bordeaux

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

(grandes) portugueses.

Não resisto a voltar ao tema "Os Grandes Portugueses". Desta feita para destacar aqueles que considero os mais inusitados integrantes da lista dos "100 Mais".

Maria do Carmo Seabra, a 58ª Grande Portuguesa. Esta economista foi Ministra da Educação do Governo de Pedro Santana Lopes, ocupando o cargo por 7 meses. O seu mandato será recordado pela posteridade como aquele em que ocorreu a grande polémica em torno da ineficácia do sistema informático para a colocação dos professores. Não sei qual é a altura da senhora Prof. Dra., mas certamente ainda lhe falta um pouco para atingir o estatuto de grande portuguesa.


Consideram-no um dos principais estrategas do 25 de Abril. Talvez. Certamente que este facto nunca conseguirá ilibá-lo da responsabilidade que teve na tentativa de golpe-de-estado de 25 de Novembro de 1975, em que tentou instaurar em Portugal um regime de extrema-esquerda. Terminava assim o PREC. Para além disto, muitos apelidam-no de assassino, dada a evidência da sua relação íntima com o movimento terrorista das FP-25, que de 1980 a 1987 assassinou 18 pessoas, por meio de atentados e de confrontos com a polícia durante tentativas de fuga, após assaltos a bancos. Chama-se Otelo Saraiva de Carvalho e foi o 68º mais votado.

Este é o novo rosto do humorismo em Portugal. Ricardo Araújo Pereira começa a ser a confirmação de um potencial que muitos já lhe atribuiam. Jornalista de formação, trabalhou principalmente como argumentista para programas humorísticos em televisão. Fez stand-up comedy e integra o quarteto "Gato Fedorento", novo expoente do humor em Portugal. Ainda assim, apesar de toda a visibilidade que possui, a sua carreira é curta e dificilmente explica o seu 76º posto. Humoristas houve antes deste, que tiveram tanta exposição e semelhante sucesso, possuindo uma carreira estável ao longo de anos. Nomes como Nicolau Breyner, Raúl Solnado ou Badaró superam largamente o tamanho do presente currículo ao serviço do Humor que RAP possui. Ok... O Badaró era brasileiro.

-Nome? Hélio Pestana. -Idade? 21 anos. -Está tudo dito? Não, eu esforço-me mais um pouco: este senhor tem um currículo invejável nos media nacionais, ou seja, participação num punhado de telenovelas, dobragem de uma personagem de filme de animação e ainda (espantem-se!) venceu a 2ª eliminatória da 2ª edição do concurso "Dança Comigo"! Estuda Arquitectura, tem ar de rufia e aparentemente uma legião de rapariguinhas púberes, prontas a lançar uma jihad em nome do seu ídolo. Ah... É verdade... Toca Piano e saiu-lhe o número 79.

Hippopotamus amphibius.



O Hipopótamo (Hippopotamus amphibius). A etimologia diz-nos que hipopótamo é a justaposição das palavras gregas hippos e potamos, ou seja, cavalo e rio. É um mamífero grandalhão e herbívoro. Vive em África, sendo que alguns, querendo subir na vida, emigraram para alguns zoos espalhados pelo planeta. Factos irrelevantes para "O Dandy".

Este simpático bicharoco passou por cá hoje para colmatar a nostalgia deixada pela recordação das visitas ao Jardim Zoológico de Lisboa. Motivo para largos sorrisos, as visitas ao zoo deixavam sempre lembranças inapagáveis. Coisa de menino.

Sem dúvida, o animal predilecto era o Hipopótamo. Porquê? Porque tinha um nome complicado. Porque tinha um ar bonacheirão. Porque passava o dia dentro e fora d'água. Porque abria uma bocarra giríssima. Por mais uma série de razões. Razões de menino.

Mas ficou. O Hipopótamo não foi esquecido. Este é o tributo às memórias que o Hipopótamo me ofereceu.

Obrigado Hipopótamo!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Referendo.

Findo o Referendo, creio que dois pontos são de salientar, em jeito de rescaldo, quanto a todo este calvário que Portugal percorreu nas últimas semanas.

Primeiro o resultado; este referendo foi ganho pelo Sim. O Não perdeu. O Sim reuniu 2238053 - 59,25% dos votos validamente expressos. O Não 1539078 - 40.75%. Da globalidade dos votos expressos houve 48185 - 1,25% de Brancos e 26297 - 0,68% de Nulos. Os eleitores inscritos eram 8832628. Destes votaram 3851613 - 43,61%. No artigo 115º, n.º11 da Constituição da República Portuguesa pode ler-se "O referendo só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade do número dos eleitores inscritos no recenseamento.". Ou seja, o resultado deste referendo não é vinculativo. Nenhuma lei deverá ser aprovada tendo por fundamento uma consulta a 3851613 eleitores, 43,61% da totalidade. Nenhuma lei deverá ser aprovada apenas com a aparente concordância de 25,34% dos eleitores inscritos.
Isto só para tirar as dúvidas a senhores como este.

Em segundo lugar há que lamentar as declarações da totalidade dos líderes dos partidos e movimentos envolvidos na campanha pelo Sim. Todos, sem excepção, vieram congratular-se por Portugal estar na rota para se juntar à "Europa moderna". Todos rejubilam, pois Portugal já vai deixar de alinhar no eixo Irlanda - Polónia - Malta, no que concerne à não liberalização do Aborto. Ainda assim, todos já condenaram o Aborto. Todos já afirmaram que o Aborto deve ser prevenido por forma a que, ainda que liberalizado, seja "raro".
Pergunto-me; se o Aborto deve ser raro; se o Aborto é uma questão tão sensível por ser transversal a tantas esferas (legislativa, ética, moral, social, política, etc.); se o Aborto é algo, em hipótese, condenável; porque é que se insiste em acenar com a bandeira da liberalização como garante de modernidade?!

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Autopsicografia.


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

-Fernando Pessoa, 27/11/1930.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Magritte, 1954.



L’Empire des Lumières
René Magritte, 1953-1954
Óleo sobre tela, 195 x 131 cm
em Veneza, Peggy Guggenheim Collection

London Calling.


No Dandyphone: The Clash - London Calling

The ice age is coming, the sun's zooming in.
Meltdown expected, the wheat is growing thin.
Engines stop running, but I have no fear
Cause London is burning and I, I live by the river!

Influenza.

Constipei-me.
Ou antes, fui atacado por um ignóbil virus (gripe, diria eu que não vou muito à bola com médicos) que me constipou. Constipou, amoleceu, entorpeceu-me, distribuiu trinta mil dores pelas minhas articulações... Sei lá. Mau dormir, febre, amígdalas inchadas, olhos a chorar. Já para não falar dos suores.
A doença nada tem de dandy. O dandy não é doente. O dandy é a personificação das "costas direitas, peito para fora"! Costas direitas, peito para fora... Nem vê-los!
Encolhido na cama, ora tossindo (pouco), ora espirrando (mais isto). A gentileza de algumas almas caridosas ameniza a dor. Lencinhos, cházinhos, mantinhas, SMSezinhas... O dandy quer voltar a ser dandy!
E as cefaleias, ai as cefaleias...
"As melhoras, Dandy." Obrigado...!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Pastéis de Belém.



Este é, muito provavelmente, o alfa e o ómega do meu bairrismo/patriotismo/eventual nacionalismo. Não raras vezes devo ter dito: "Invadam Lisboa! Destruam os Jerónimos! Derrubem o Castelo! Eu estarei barricado nos Pastéis de Belém. Enquanto eu viver, nenhum invasor tocará na receita!"
É impossível passar e não entrar. É impossível comer só um. É impossível não trazer mais para comer em casa.

...uma estrela que dança.



Não sou grande apreciador dos escritos deste senhor, nem tão pouco percebo alguma coisa da língua alemã, exceptuando-se duas ou três expressões técnico-jurídicas.
Ainda assim, desde que em petiz li algo que ele deixou escrito numa das suas obras, neste caso reproduzido na parede do Metro do Parque, que vivo enamorado pela citação:

Ich sage euch: man muss noch chaos in sich haben, um einen tanzenden Stern gebären zu können. (Eu digo-te: um homem precisa de ter caos interior, para parir uma estrela que dança.)
-Friedrich Nietzsche, em Also sprach Zarathustra (Assim falava Zaratustra).

Jazza-me muito...



Descobri, via 31 da Armada, o Jazza-me muito.
Óptima surpresa, saber que a rádio que me acompanha regularmente, enquanto conduzo nas horas de transito caótico de Lisboa, tem um blogue. Um bom blogue, por sinal!
O Jazz tratado como merece na Rádio Europa Lisboa, nos 90.4fm, e no Jazza-me muito, à distância de um click!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Grandes Portugueses.



O meu primeiro voto no concurso "Os Grandes Portugueses" foi para D. João V. Foi um voto em prole de causas pessoais. Afinal, este foi provavelmente o reinado no qual as artes mais foram acarinhadas em Portugal. Dir-me-ão que ouro brasileiro não faltava... O nosso monarca "Magnânimo" não chegou aos 100 grandes portugueses.



Estou bastante inclinado para torcer pela vitória de D. João II, nesta fase final do concurso. Este foi um dos nossos melhores, senão o nosso melhor estadista de sempre. Planeou toda a nossa expansão marítima. Sem a sua visão, hoje não seriamos metade do que somos, enquanto portugueses.




Ainda assim, sou tentado a tomar partido por aqueles a quem ninguém defende. Sou tentado a ser irreverente e a lembrar Salazar. Este foi um dos estadistas portugueses com um período mais longo (talvez esse o seu grande pecado) em funções e, tal como D. João II e D. João V, deixou obra incontornável.

Just a Perfect Day.


No Dandyphone: Lou Reed - Just a Perfect Day

Just a perfect day,
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too,
And then home.

Dalí, 1983.



Cama, Cadeira e Mesa de Cabeceira Atacando Violentamente um Violoncelo
Salvador Dalí, 1983
Óleo sobre tela, 60 x 73 cm
em Figueras, Fundación Gala-Salvador Dalí

Darjeeling.



Darjeeling é uma terreola no norte da Índia. Provavelmente seria mais um "sítio onde Judas perdeu as botas", não fosse o facto de ser um expoente da indústria do chá a nível mundial.
Os ingleses plantaram aí chá, a título experimental, pela primeira vez em 1841. O sucesso de tais experiências foi imediato, desenvolvendo-se a partir de aí, a bom ritmo, toda uma indústria na zona de Darjeeling.

Esta região empresta o seu nome a um dos chás pretos mais afamados de sempre. O Darjeeling é provavelmente presença indispensável numa casa em que habitem apreciadores de chá. Este dandy recomenda-o vivamente, sendo que é dos seus preferidos, recomendando ainda especial cuidado na infusão, por forma a apreciá-lo na sua plenitude.

Certo vs. Errado.

Justice consists not in being neutral between right and wrong, but in finding out the right and upholding it, wherever found, against the wrong.
-Theodore Roosevelt, 1916

Aproxima-se o dia em que se referendará a pergunta por forma a alterar, ou não, a lei penal no que concerne ao aborto. Devo, antes de mais, deixar patente o meu desejo de que haja uma afluência às urnas expressiva e suficiente para, em caso disso, o resultado do referendo ser vinculativo, alterando-se assim a lei.
No entanto, não posso deixar de tecer algumas considerações sobre a panóplia de ocorrências recentes relacionadas com o acto referendário. Creio que vivemos numa época de extremismos. Assisti a alguns debates/conferências/conversas de café que versavam sobre o tema e acabei surpreendido com a falta de humildade intelectual dos intervenientes em tais polílogos. Não existe um ser à face da Terra que admita não ser defensor da verdade indisputável! Todos estão plenamente convictos das suas crenças e, por conseguinte, do seu sentido de voto, "o mais consciente possível".
Para mais, creio que a campanha não tem o propósito pedagógico e formador de consciências que lhe seria exigido neste caso. Nenhum movimento, nenhum partido, ninguém se preocupa em informar. Apenas se preocupam com a hiperbolização de factos, o metralhar de chavões inúteis e o esgrimir da emotividade básica e non-sense. É por este conjunto de razões que dificilmente me identifico realmente com algum destes movimentos, ou com o mero transporte da questão para dentro de alguma máquina partidária. Creio que o voto deve ser depositado com a mente clara e convicta das razões que levaram a tal decisão. Certamente que tal decisão não é adjuvada nem por movimentos, nem por partidos, mas sim pela busca pessoal que leva a uma tomada de decisão pessoal e intransmissível.

Ah... É verdade, eu tenciono votar Não.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Le Chien.



Dandy...?

Livro de Estilo - resumo.


N' "O Dandy" poderá escrever-se sobre:

-Pessoas, porque o dandy é ele e os Outros.
-Valores, porque o dandy é dentro do ser.
-Pensamentos, porque o dandy é a pensar.
-Indumentária, porque o dandy não é nu.
-Vinhos e Espirituosas, porque o dandy jamais se inebria.
-Arte, porque o dandy busca o ser mais que ser.
-Tabacos, porque este dandy fuma.
-Automóveis, porque este dandy gosta de design, velocidade e futuro.
-Chá, porque este dandy não vive sem ele.
-Iguarias, porque este dandy é a gula personificada.

"O Dandy" é opinativo.

"O Dandy" é parcial.

"O Dandy" é cliché.

"O Dandy" é.

O que é um dandy?


De acordo com a Wikipedia, um dandy é um homem que dá particular importância à aparência física, à linguagem refinada e à cultura do lazer. Seria ainda, em especial nos séculos XVIII e XIX, alguém que sendo oriundo de uma classe média, se esforçava por imitar os hábitos da Aristocracia.
Chegados nós ao século XXI, inventemos um novo dandy! Um metrossexual? Jamais. Como um dia alguém disse: "Um metrossexual é um homem que está a um metro de ser homossexual!". E ser dandy não é sinónimo, nem antónimo de ser homossexual. Nada disso.
Ser dandy no século XXI é antes de mais um estado de espírito. Não existem, como nunca existiram, muitos que apreciem e compreendam o dandy. E o dandy desmotiva-se perante o Mundo... Talvez seja por isso que a maior parte dos dandies possuam um semblante, por norma, alheado, naif...
Por ser um estado de espírito, hoje em dia ser dandy é muito mais a atenção que se dá à preservação de determinados valores, do que a mera iconolatria um dia considerada palavra-chave do dandismo. A Honra; a Lealdade; a Independência, o Respeito e a Sobriedade Intelectuais; o Cavalheirismo...
Neo-Dandy... Talvez. A diferença entre um homem e um senhor...? Sempre.