quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Certo vs. Errado.

Justice consists not in being neutral between right and wrong, but in finding out the right and upholding it, wherever found, against the wrong.
-Theodore Roosevelt, 1916

Aproxima-se o dia em que se referendará a pergunta por forma a alterar, ou não, a lei penal no que concerne ao aborto. Devo, antes de mais, deixar patente o meu desejo de que haja uma afluência às urnas expressiva e suficiente para, em caso disso, o resultado do referendo ser vinculativo, alterando-se assim a lei.
No entanto, não posso deixar de tecer algumas considerações sobre a panóplia de ocorrências recentes relacionadas com o acto referendário. Creio que vivemos numa época de extremismos. Assisti a alguns debates/conferências/conversas de café que versavam sobre o tema e acabei surpreendido com a falta de humildade intelectual dos intervenientes em tais polílogos. Não existe um ser à face da Terra que admita não ser defensor da verdade indisputável! Todos estão plenamente convictos das suas crenças e, por conseguinte, do seu sentido de voto, "o mais consciente possível".
Para mais, creio que a campanha não tem o propósito pedagógico e formador de consciências que lhe seria exigido neste caso. Nenhum movimento, nenhum partido, ninguém se preocupa em informar. Apenas se preocupam com a hiperbolização de factos, o metralhar de chavões inúteis e o esgrimir da emotividade básica e non-sense. É por este conjunto de razões que dificilmente me identifico realmente com algum destes movimentos, ou com o mero transporte da questão para dentro de alguma máquina partidária. Creio que o voto deve ser depositado com a mente clara e convicta das razões que levaram a tal decisão. Certamente que tal decisão não é adjuvada nem por movimentos, nem por partidos, mas sim pela busca pessoal que leva a uma tomada de decisão pessoal e intransmissível.

Ah... É verdade, eu tenciono votar Não.

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