Os actores fascinam-me. São por norma tipos estranhos que dão corpo e alma à imagem difusa que constitui uma personagem.
Há bons actores e maus actores. Há ainda aqueles que um dia lhes disseram que eram actores.
Os segundos são pessoas que vivem do engano: enganam-se, enganam o público trabalhando em algo que nada tem a ver com ser actor, enganam os que os empregam convencendo-os que ao pouparem uns tostões em salários saem a ganhar no final das contas.
Já os primeiros são pessoas que vivem do... engano: enganam de forma tão verosímel, ou antes, tão cirúrgica, que todos saímos convencidos de que adoramos ser enganados. E, de facto, adoramos.
Os actores, os actores de facto, dividem-se em duas classes: os talentosos e os carismáticos. É possível ser-se bom actor e viver-se do carisma. Não é necessário trabalhar muito quando se é talentoso. Especialmente se o talento consistir em ser-se um bom observador, em ter bom senso e ainda um bom auto-domínio.
Os actores carismáticos enchem-nos os olhos com o seu porte, o seu estar, o seu olhar. Não precisam de trabalhar muito as personagens. Veja-se o Roger Moore. Veja-se o Jack Nicholson. Dois actores muito competentes. Ainda assim as suas personagens fizeram inúmeros filmes, simplesmente porque o actor as transportou de filme para filme. Não muda. É sempre a mesma. Do The Saint, aos 007; do One Flew Over the Cuckoo's Nest, ao The Departed.
Os actores talentosos são tipos brilhantes. São conchas vazias, prontas a ser ocupadas por um qualquer molusco cheio de manhas e subtilezas. Veja-se Liam Neeson. Veja-se Ewan McGregor.
Um sorriso deles basta para nos provocar uma emoção...? Talvez não. Mas cada gesto, cada passo, cada movimento, cada palavra tem um significado e comporta uma relação com a acção que os precede e com aquela que se lhes seguirá. As personagens dominam e são dominadas. É uma lide sublime.
Por fim, creio que há outro tipo de actores... Sem pensar muito nas coisas, sem me preocupar com construções teóricas, há actores que gosto muito de ver representar e não quero saber porquê. Como uma fé. Acredito porque sim. Há alguns. Há o John Cleese.
Há bons actores e maus actores. Há ainda aqueles que um dia lhes disseram que eram actores.
Os segundos são pessoas que vivem do engano: enganam-se, enganam o público trabalhando em algo que nada tem a ver com ser actor, enganam os que os empregam convencendo-os que ao pouparem uns tostões em salários saem a ganhar no final das contas.
Já os primeiros são pessoas que vivem do... engano: enganam de forma tão verosímel, ou antes, tão cirúrgica, que todos saímos convencidos de que adoramos ser enganados. E, de facto, adoramos.
Os actores, os actores de facto, dividem-se em duas classes: os talentosos e os carismáticos. É possível ser-se bom actor e viver-se do carisma. Não é necessário trabalhar muito quando se é talentoso. Especialmente se o talento consistir em ser-se um bom observador, em ter bom senso e ainda um bom auto-domínio.
Os actores carismáticos enchem-nos os olhos com o seu porte, o seu estar, o seu olhar. Não precisam de trabalhar muito as personagens. Veja-se o Roger Moore. Veja-se o Jack Nicholson. Dois actores muito competentes. Ainda assim as suas personagens fizeram inúmeros filmes, simplesmente porque o actor as transportou de filme para filme. Não muda. É sempre a mesma. Do The Saint, aos 007; do One Flew Over the Cuckoo's Nest, ao The Departed.
Os actores talentosos são tipos brilhantes. São conchas vazias, prontas a ser ocupadas por um qualquer molusco cheio de manhas e subtilezas. Veja-se Liam Neeson. Veja-se Ewan McGregor.
Um sorriso deles basta para nos provocar uma emoção...? Talvez não. Mas cada gesto, cada passo, cada movimento, cada palavra tem um significado e comporta uma relação com a acção que os precede e com aquela que se lhes seguirá. As personagens dominam e são dominadas. É uma lide sublime.
Por fim, creio que há outro tipo de actores... Sem pensar muito nas coisas, sem me preocupar com construções teóricas, há actores que gosto muito de ver representar e não quero saber porquê. Como uma fé. Acredito porque sim. Há alguns. Há o John Cleese.
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